QUEM ESCOLHEU SEUS FUNCIONÁRIOS?

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A princípio, sempre temos a impressão de que, em um processo de seleção e retenção de pessoas, a escolha daqueles que estão trabalhando conosco resultou apenas de nossas decisões.

Infelizmente, isso não é verdade.

De maneira bem simples, podemos imaginar que, para essa decisão acontecer, existem, basicamente outros dois agentes igualmente importantes envolvidos.  É sobre esses agentes e suas motivações que este texto irá tratar.

Além da nossa vontade, colocando-nos como empregadores em busca de selecionar novos funcionários, podemos imaginar que a própria pessoa envolvida, aquela que será nossa colaboradora, também reúne expectativas em relação a seu empregador.

E, dependendo da situação, não se trata apenas de dinheiro.

Em um determinado nível, além da questão salarial, serão igualmente importantes (ou até mais importantes) aspectos como possibilidade de crescimento e desenvolvimento na carreira e na instituição, ambiente de trabalho, estabilidade, reconhecimento da empresa no mercado etc.

Perceba que essas questões valem tanto para o processo de seleção quanto para o de retenção, ou seja, muitas vezes o colaborador “aceita” determinado emprego somente até conseguir outra posição melhor no mercado.

Isso quer dizer que o processo de seleção tem mão dupla. Tanto nós, os empregadores, buscamos selecionar funcionários, como também os profissionais selecionam seus patrões.

O terceiro elemento que interfere nessa relação será chamado genericamente de “mercado” e compreende o conjunto de forças que estabelece as condições de trabalho nas demais empresas e até mesmo na opção pela criação, por parte do profissional, de seu próprio empreendimento.

Em resumo, o “mercado”, neste texto, representará uma alternativa que o profissional tem à proposta que nós, empregadores, oferecemos.

Evidentemente, observados os diversos aspectos mencionados (citamos alguns poucos, como salário, crescimento profissional, desenvolvimento de carreira, visibilidade do mercado, estabilidade, mas existem outros), o profissional irá fazer sua opção em entrar e/ou permanecer ou não em nossa empresa.

O que quero destacar é que essa “escolha” dos profissionais não tem como referência apenas a nossa organização.  Do nosso ponto de vista, a questão colocada é simples: selecionar ou não determinado candidato a uma vaga.

Obviamente, em muitos casos também teremos opções. Poderemos escolher o candidato A e preterir os candidatos B, C e D.

O detalhe, no entanto, é que o candidato A está também escolhendo entre os empregadores X, Y e Z.  E mesmo que em um determinado momento não consiga conquistar a vaga na empresa A, sendo selecionado pela B, sempre ficará na expectativa de, no futuro, cumprir sua vontade inicial, seja por alterações ocorridas no “mercado”, seja em função do próprio desenvolvimento profissional.

Ora, se as condições que nossa empresa oferece não geram atratividade para os potenciais colaboradores, nosso corpo de funcionários será constituído por profissionais que não conseguiram – momentânea ou definitivamente – a posição pretendida inicialmente.

De outra forma, podemos dizer que nossos funcionários seriam aqueles que o “mercado” recusou.  Nós não os selecionamos, nós apenas os recolhemos….

Finalmente, uma última reflexão: dados esses três elementos, empregadores, profissionais e “mercado”, não temos (nós, empregadores) condições de atuar sobre as expectativas dos profissionais e tampouco sobre as condições de mercado.

Assim, todo o trabalho a ser feito está voltado apenas para um campo: para nós mesmos.

Seja isso bom ou não.

Se você desejar citar algum exemplo ou fazer qualquer crítica a respeito deste texto, por favor, encaminhe seu comentário neste mesmo espaço ou por intermédio do e-mail contato@kolme.com.br

Grande abraço.

Autor: Luiz Felix

Maio/2018

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