No campo da atuação profissional, ou mesmo em nosso dia a dia, sempre cabe aplicar a prática da dúvida sistemática, expressa pelo questionamento adotado no título deste texto. Por vezes, nos vemos tão absorvidos pelo que estamos fazendo, que deixamos passar a oportunidade de realizar uma autocrítica realista e sincera sobre a forma como estamos conduzindo determinada ação; sobre sua pertinência naquele contexto; e até mesmo sobre o resultado que poderá produzir.
Um exemplo emblemático que me vem à mente ocorreu em um grande centro de processamento de dados, há alguns anos: um colaborador de nível operacional, com extrema habilidade e rapidez, processava relatórios que recebia diariamente de um outro setor. Não lembro exatamente seus passos, mas suponhamos que fossem receber os referidos relatórios pelo malote interno, retirar grampos, colocá-los em ordem alfabética, capeá-los com uma ficha numerada, datar, assinar e finalmente encaminhar o lote, assim preparado, a um outro setor.
Em razão de chamar a atenção a grande agilidade demonstrada pelo rapaz, foi perguntado a ele se sabia a finalidade de realizar aquele serviço. Ele respondeu negativamente e que apenas desempenhava, do melhor modo, a orientação que recebera há anos, quando assumiu o posto, e que, desde então, vinha desempenhando aquela atividade, dentre outras, cada vez com maior destreza.
Ao se investigar a forma como eram utilizados aqueles lotes no setor seguinte, surpreendentemente descobriu-se que os lotes recebidos eram simplesmente descartados, pois as informações já estavam disponíveis no sistema informatizado e, na verdade, ninguém sabia ali o porquê de receberem periodicamente aqueles volumes.
Dizia Peter Drucker que a avaliação de um administrador, e como tal podemos enquadrar a nós mesmos em relação à gestão de nossas vidas, está apoiado em dois critérios gêmeos – a eficiência e a eficácia. O primeiro, seria a capacidade de fazer as coisas do modo certo. O Segundo, a capacidade de fazer as coisas certas.
Associado a esses dois critérios, podemos considerar ainda um terceiro: o grau de contribuição de nossas ações para o real alcance dos resultados que almejamos, ainda que fazendo certo a coisa certa. Parece confuso? Vamos falar um pouco mais sobre isso.
Primeiro, vale a pena compreendermos bem os três conceitos envolvidos nesta
abordagem e que, vez por outra, são confundidos em muitos textos: EFICIÊNCIA,
EFICÁCIA e EFETIVIDADE.
A Eficiência se expressa pela relação entre o volume bens ou serviços produzidos e o custo para obtê-los. Assim, é mais eficiente aquele que mais produz em um processo que consome menos recursos. É fazer certo as coisas.
Já a Eficácia se expressa pelo grau de alcance de metas e objetivos previstos, de modo que, independentemente dos custos requeridos, é eficaz aquele que alcança resultados. É fazer as coisas certas.
Por fim, a Efetividade se expressa pelo grau de impacto gerado pelas iniciativas empreendidas, transformando de fato uma situação e proporcionado um efeito real, fazendo a coisa certa da melhor maneira possível. É mudar uma realidade, fazendo certo as coisas certas.
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Autor: Roberto Ribeiro
Janeiro – 2020